abre-f_rmzYssp.jpgO avanço da biônica vem ocorrendo há algum tempo. Começamos substituindo juntas e articulações com peças de titânio e agora já estamos realizando implantes cocleares que se conectam com o cérebro e permitem que pessoas voltem a escutar. Implantes retinais estão sendo desenvolvidos para devolver a visão às pessoas. Estimulação elétrica para restaurar a capacidade motora de paralíticos.

O rápido avanço da tecnologia tem nos levado a um crescimento e inovação no campo de próteses. Hoje, o corpo humano pode experimentar recursos que não eram possíveis no passado. Já podemos substituir órgãos e membros com eficiência de sua performance e, em breve, poderemos expandir suas funcionalidades e capacidades. Nas Paralimpíadas já estão sendo desenhados diversas competições que levam isso em conta. Aquela ideia fictícia do seriado “O homem de 6 milhões de dólares” não está mais tão distante.

Essa integração de homem e máquina irá aumentar cada vez mais, permitindo que a nossa capacidade neurológica aumente através da interligação de máquinas e chips – da mesma forma que já fazemos hoje com nossos celulares e aplicativos como Wolfram Alpha. A linha que divide isso se reduzirá cada vez mais. Em breve, chips poderão ler as nossas atividades cerebrais podendo compreender e entender perfeitamente nossas emoções, sentimentos, pensamentos e desejos.

Um exemplo atual disso é de pesquisadores do exército americano estão desenvolvendo sensores neurais que conseguem processar ameaças visuais de uma forma mais rápida que a mente humana processa e integrando tais respostas com outras redes e máquinas.

Uma maneira de se encarar é que toda tecnologia é fruto da humanidade. Desde o começo da história, elas vêm sendo criadas para expandir nossas necessidades. Foi assim com a escrita, uma forma de expandir nossa memória e permitir que nos comunicássemos melhor. O cenário hoje caminha para a construção de um homem híbrido, com a junção de aparatos tecnológicos aos elementos corpóreos. O avanço da biônica está muito mais próximo do que se imagina, trazendo a tecnologia e seus avanços para dentro de nós, permitindo a construção de um ser que supera obstáculos do passado.

TECNOLOGIAS EMERGENTES

ORGÃOS ARTIFICIAIS

Restauram uma função específica ou um grupo de funções no corpo ao repor um órgão por um aparelho artificial. O objetivo é prolongar e melhorar a qualidade de vida de indivíduos com falha em algum orgão, além de solucionar o problema das intermináveis listas de transplantes.

SynCardia
A SynCardia Systems fornece aos pacientes um coração artificial completamente operacional. O coração substitui ambos os ventrículos e todas as quatro válvulas cardíacas, eliminando a necessidade de marca-passo e desfibriladores. O paciente mais antigo a receber o coração artifical da Syncardia já o utiliza há quatro anos.

BIOLOGIA SINTÉTICA

Materiais biocompatíveis usados para tratar, aumentar ou alterar tecidos, órgãos ou funções fisiológicas em deterioração. As possibilidades dentro da biologia sintética prometem diluir as fronteiras entre o corpo humano e a tecnologia.

Universidade da Califórnia

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), desenvolveram um circuito genético e implantaram na bactéria Escherichia coli. As células bacterianas são programadas para circular através da corrente sanguínea e detectar baixos níveis de oxigênio nos tumores e, com a implementação do circuito, passam a reconhecer e destruir células cancerígenas.

EXOESQUELETO

Estrutura vestida por uma pessoa como uma armação adaptada ao formato do corpo. Possui um alimentador de energia embutido, que a permite desempenhar funções inalcançáveis por um ser humano normal. O objetivo principal é de potencializar o movimento e a força do corpo para aumentar a resistência de quem a veste, permitindo uma otimização das capacidades físicas.

Miguel Nicolelis

Durante a abertura da Copa do Mundo de 2014, o paraplégico Juliano Pinto chutou uma bola utilizando o exoesqueleto desenvolvido pela equipe de Nicolelis. O sistema conta com sensores que decodificam e enviam ordem aos membros artificiais, que por sua vez passarão a executar os movimentos comandados pelo paraplégico.

NEUROINFORMÁTICA

Uso da tecnologia e da ciência computacional para construir bancos de dados, ferramentas e redes de informação na área da neurociência, favorecendo a análise e a criação de modelos neuronais. Com estes modelos, teoricamente, será possível interpretar os sinais dos neurônios e transformar pensamentos em informação digital.

LLNL

O Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL) está desenvolvendo um dispositivo neural para tratar a perda de memória. Com a capacidade de gravar e estimular neurônios dentro do cérebro, o artefato será um sistema de neuromodulação para preencher lacunas em cérebros lesados e entender como novas memórias são formadas.

O CAMINHO INVERSO

Enquanto nós nos tornamos mais robóticos, nossos robôs se tornarão mais biológicos, com o uso de peças feitas de materiais artificiais e orgânicos. A maioria dos robôs são movidos por motores elétricos que, se quebrarem, terão que ser substituídos. Por outro lado, em um ser vivo, o “motor” muscular além de eficiente, se dada a chance, poderá ser reparado. Engenheiros da Universidade de Illinois estão trabalhando em um pequeno “bio-bot”, que usa células musculares para andar. É um começo para a uso de estruturas biológicas em rôbos.

Fontes: Medicina do Futuro – Corretora Mundo Saúde BH